Por que eu nunca tive essa ideia?
Tenho algo a confessar: sou fui fraco nesse domingo. Explico. Há mais de cinco meses sem sequer passar perto de um jogo que fosse, liguei meu vídeo game e, mesmo sem o memory card (o qual tive de esconder), joguei uma partida de Winning Elevem em meu Playstation 2. Sei que foi uma partida apenas, mas tive uma recaída. Agora, estou tentando me recuperar. Há dois dias, 3 horas e 15 minutos que estou longe de um controle de vídeo game.
Comecei desde pequeno, logo aos seis anos de idade tive contato com um Atari, que tinha aquele joguinho em que duas pessoas controlavam duas barrinhas que mexiam verticalmente para evitar que um quadradinho saísse da tela. Ahhh, experimentei aquilo e viciei já na terceira quarta jogada.
Mas não posso dizer que fui sozinho para o mau caminho, pois meus pais levaram a jogatina para dentro de casa. Aos 10 anos, ganhei meu primeiro vídeo game, um Super Nintendo, com uma fita do Mario Word. Logo, aquele universo tomou conta de mim. Claro, o jogo se tratava de um encanador que matava tartarugas, usava um cogumelo e crescia e ainda, depois de pegar uma flor um tanto quanto suspeita, soltava bolas de fogo pelas mãos.
Depois de zerar a primeira fita, quis outra, e outra, e outra, e outra, até que fui perdendo o controle, da minha razão, não do vídeo game obviamente. Não raro, chamava amigos e, sentados em volta da televisão, e dividíamos um mesmo controle, sem nem esterilizar o aparelho e sem saber o perigo que corríamos. A bem da verdade, pensávamos apenas em não morrer... no chefão de Zelda.
Muitas vezes atrasei o almoço para terminar aquela partida ou uma volta rápida que não permitia o famoso pause – quase um coito interrompido para quem é viciado. Outras, segurei ao máximo o xixi para dar aquele derradeiro golpe que não podia esperar. Mal sabia eu que minha próstata estava mais em jogo do que a cabeça da princesa Peach.
Mais velho, aquelas fitinhas já não faziam mais efeito, precisava de algo mais forte. Guardando por muito tempo o dinheiro do lanche, comprei um Nintendo 64 e meu prazer ganhou mais uma dimensão. Ahh, que delícia comandar um Mario 3D.
Depois disso, eu e meus amigos acabamos por ficar violentos nas nossas partidas de Mortal Kombat, Street Fighter e Super Smash Brothers e acabamos por competir entre nós. A vida amorosa também foi prejudicada e descobri o que era um beijo que não fosse de titia e mamãe aos 19 anos e o sexo aos... melhor deixar para lá.
Tinha más influências também, diariamente minha namorada trazia jogos online viciantes que me consumiam ao menos 24 horas diárias. Percebi que estava no fundo do poço quando varei a noite esperando as batatinhas crescerem no meu Farm Ville. Por dias, zumbizei com esse problema.
Depois disso, resolvi me limpar. Guardei todos os jogos e escondi meu memory card de mim mesmo. Estava limpo até anteontem. Confesso que uma vez tive uma tentativa de recaída, mas meu vídeo game não quis ler o cd de Kingdom Hearts para minha sorte.
Agora tento me recuperar. Essa é minha história de vida.
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