domingo, 13 de dezembro de 2009

Pronto para guerra!!!

Queridos leitores, creio que esse post possa interessar muito mais a vocês que às leitoras, mas isso não é machismo, senão questão de estilo, segundo uma querida leitora nossa.

Pois bem, falemos hoje sobre POSTECTOMIA. Postectomia é, como diria o mestre José Simão, o modo tucanado de falar sobre a operação de fimose. Para quem não sabe o que é fimose, você é uma pessoa de sorte lembre-se daquela fórmula maldita de física 1/f = 1/p +1/p’. Em bom português, uma fimose é um pintinho mais uma pelinha. Como eu tive que operar disso, vou contar sem muitos detalhes, obviamente, como foi minha experiência.

Primeiro, como descobri que tinha que fazer essa operação. Caso o caro leitor não saiba, isso só pode ser feito por comparação com os amiguinhos, ou com o olhar clínico de um profissional. A minha descoberta foi pelo segundo método. Enfim marquei a operação.

O cara que inventou a sala de espera de um hospital não tinha mãe, por dois motivos. Primeiro, fiquei esperando um tempão e fiquei altamente arrependido de conhecer a maioria dos médicos, que obviamente me perguntaram o que fazia ali. Outro motivo pelo qual o cara que inventou a sala de espera não tinha mãe é o fato de ele ter se esquecido de colocar um cartaz gigante escrito “não leve sua mãe para uma cirurgia de postectomia”. Ela simplesmente avisou um hospital e meio sobre meu “pequenino corte”, que não foi tão pequeno assim, criando uma situação, digamos, chatinha.

Seguindo, fui chamado para o quarto, onde deveria tomar um banho e vestir aquele traje ridículo que cobre tudo, menos o bumbum, e faz você perceber como uma corrente de ar pode ser desagradável. Sempre imaginei que o inventor dessa roupa deveria ser um proctologista, para facilitar a vida dele. Vestido a caráter, fui conduzido de maca ate a sala de cirurgia, o que foi confortante, pois não tive que me preocupar com minha traseira à mostra.

Já a postos para a cirurgia, as enfermeiras foram arrumar todo equipamento, inclusivo o meu, para o trabalho do médico. Nesse momento, elas averiguam o conteúdo a ser modificado com um profissionalismo fora do normal. Aquele olhar que não permite definição se é pequeno, grande, feio, bonito, normal, de ET, nada! É o olhar mais enigmático e incógnito que eu já vi. E para melhorar a situação, elas olham de grupinho.

O médico então entra, puxa um papo para me acalmar e começa o ritual, explicando a diferença da postectomia para a circuncisão.

Se você acha que deve ser ruim tomar injeção na testa, imagine tomar anestesia local na outra testa.. Nada agradável, mas dizem que depois disso só o ritual espartano para definir um homem é mais hardcore. Enquanto ele falava com o bisturi na mão, eu só pensava uma coisa: “um terremoto aqui poderia f... com a minha vida! Concentração doutor, concentração!”. Porém a cirurgia em si foi tranquila.

Tive que esperar depois em uma salinha ao lado ainda na maca e então aconteceu uma das coisas mais bizarras da minha vida. Ainda com o dito-cujo anestesiado, tive uma imensa vontade de fazer um xixi. Imagine o que é perceber que se está fazendo xixi através do barulho, só pelo barulho e nada mais, como um cego adivinhando se está chovendo lá fora. Parecia aquelas estátuas de anjinho que ficam fazendo xixi forever. Agora respeito esses anjinhos.

Em casa, fui trocar o curativo, olhei para a situação daquele órgão precioso e só pensei em uma coisa para falar para minha mãe: “desiste, que de mim não vem um neto”.

Resultado: durante três dias, eu não podia pensar em imaginar uma possibilidade de ver qualquer coisa que me lembrasse que eu poderia ter uma ínfima vontade de ficar “alegre”, usando o melhor dos eufemismos. Imaginem o que é para um homem não poder pensar em sexo por uma semana. Proponho um grupo de apoio chamado RPA, recém-postectomizado anônimos, para eu poder falar pra alguém que passei 10 minutos sem pensar em sexo, receber palmas e apoios. Reparem, eu disse pensar, fazer então, nem pensar (Rá). Durante esse período você repara como a programação da TV é realmente indicada para maiores de 18 anos que não acabaram de operar da fimose.

Apesar de um grande sacrifico de uns dois meses e chegar a ter certeza de que teria um peso inútil entre as pernas, cheguei a conclusão de que vale a pena fazer a cirurgia. “Ela mudou minha vida, hoje sou outra pessoa”, transformou meu FIAT 147 normalzinho em um FIAT 147 conversível. AGORA SSSIIIMMMMM!!!

Lembre-se de que não precisa mudar de religião para ter um pipi mais aerodinâmico!

Essa minha história de vida. Obrigado amigos!

=D

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