segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Comendo tatu

Não era bem desse tatu que estava falando

Eu confesso, já fui comedor de tatu um dia. Mas muita hora nessa calma, não ligue ainda para a Segurança Ambiental, posso explicar. Quem sabe depois o leitor queira ligar por outro motivo.

Ao contrário do que essa frase permite inferir, nunca mantive relações sexuais com esses animaizinhos exóticos, muito menos degustei das carnes (se é que eles as têm o suficiente para alimentar um homem) deles.

Na verdade se trata de outra coisa. Mas antes careço de explicar que, aqui em Minas, tatu é sinônimo para “catota” que, aqui, recebe também o nome de “trem nojento que a gente tem dentro do nariz”. Sim, já fui colega do técnico da Alemanha na Copa desse ano, aquele que não ganhou nada, a não ser o apelido de mr. Nojinho. Já ta melhor que o Felipe Melo.

Em minha defesa, porém, digo que, só fui catotáfilo[i] quando criança e bem criança e é bem verdade também, que nessa época colocava na boca tudo que me dessem na mão, sabonete, areia, brinquedo (num me pensa besteira), meu primo menor, enfim, com a catota não seria diferente.

Agora, imaginem o quanto não fiquei confuso quando ouvi pela primeira vez aquela música dos Mamonas Assassinas que dizia essas palavras quase proféticas para mim: “Comer tatu é bom, que pena que dá dor nas costas”. Era confuso. Realmente comer tatu era bom e ficava feliz de saber que algo dividia comigo meu gosto estranho. Mas nunca tive dor nas costas por causa disso.

Aliás, muito pelo contrário, esse é um hábito, embora nojento, até saudável. De acordo com estudos de um médico austríaco chamado Friederich Bischinger, pneumologista, (ou seja o cara manja do aparelho respiratório, o que inclui nariz com toda sua catota) essa é uma forma saudável ( e divertida) de limpar o nariz onde o lenço não alcança e ainda é um jeito natural de reforçar o sistema imunológico. Portanto, chupa galera. Deve ser por isso e alguns x-misérias[ii] que eu tenho esses linfócitos de ferro.

Voltando à música dos Mamonas, mesmo que os cantores expliquem o motivo da dor nas costas no verso seguinte, só fui entender a piada bem mais velho. Santa ingenuidade!

=/



[i] Neologismo para aquele que come catota

[ii] Lanche vendido ao custo de R$ 1,00, cuja procedência é duvidosa, mas vinha com um hambúrguer, queijo, pão, suco e, com sorte, isento de bactérias, mas muito gostoso. Nunca me fez mal.

Um comentário:

  1. eu tinha um desejo de entender de onde veio a ideia de escrever sobre tatu-catota....rsssss
    em tempo: na minha casa quando a gente colocava o dedinho no nariz minha mãe perguntava: vai ter baile hoje? diante da nossa cara de "hã?", ela explicava: tá limpando o salão....

    ResponderExcluir